Mineiros descobrem um novo jeito de fazer negócios que funciona na crise

Se as palavras que regem o mundo dos negócios são competição, concorrência e comissões, novos termos estão tomando lugar na estratégia de negócios de centenas de empresários mineiros. “Parceria”, “ganhar contribuindo”, “referências”, “ajuda mútua” são novas expressões adotadas pelos 950 donos de pequenos negócios de Belo Horizonte, Região Metropolitana e do interior, que participam do Business Networking International (BNI). Agora, a organização está chegando à Zona da Mata, com oportunidade de participação de profissionais de várias áreas de atuação.

Juliana Ramos, Diretora Executiva para a Zona da Mata, conta que, mesmo em tempos tão desafiadores, é incrível a maneira como os empresários e empreendedores têm se apoiado. “Nossas reuniões acontecem de forma presencial, mas desde o dia 16/03/2020 migramos para o formato on-line. Desde então, somente em Minas Gerais, foram gerados mais de R$ 117 milhões de reais e mais de 70 mil oportunidades de negócios, mesmo com muitas empresas fechadas ou com atividades restritas.”

“No BNI primeiramente todos se ajudam e depois são beneficiados. E a partir desta ajuda a gente consegue mudar a forma como o mundo faz negócios. Passamos de uma maneira solitária de conduzir os negócios para uma maneira solidária, colaborativa”, explica Eugenio Elyseu, empresário que trouxe a metodologia BNI para Minas Gerais. Segundo ele, muitas vezes os empresários estão dentro de suas empresas olhando as contas para pagar e não têm com quem conversar. Mas, ao trazer suas experiências e aprendizados para dentro dos grupos, “percebem que outros também passam pelos mesmos desafios e aprendem a ter um olhar que contribui para que outros saiam das crises com mais leveza e mais rapidamente”, pondera.

Em Minas Gerais há oito anos, o BNI é uma organização norte-americana fundada em 1985. A metodologia foi trazida ao Brasil há onze anos pelo empresário Marcos Ribeiro Martins “que teve o mérito e a coragem de começar, sozinho, este trabalho e fez com que o BNI se transformasse na potência que é hoje no país”, reconhece Elyseu. O Estado possui hoje 32 grupos em Belo Horizonte, Contagem, Santa Luzia, Ribeirão das Neves Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Sete Lagoas, Divinópolis, Pará de Minas, Itaúna e, agora, Uberaba, Uberlândia, Varginha, Juiz de Fora e Ubá. No Brasil, são 233 equipes e mais de 8.300 membros, que geraram mais de R$ 1.0 bilhões em receita somente nos últimos 12 meses.

Como funciona o BNI

O Business Network International (BNI) é uma organização internacional de marketing de referências de negócios e funciona com uma metodologia de networking, que tem como base a filosofia Givers Gain, ou Contribuir para Ganhar. Os membros se ajudam mutuamente sem a obtenção de comissões. Em contrapartida, são recompensados com outras referências para potencializar seus negócios.

O BNI, que está em mais de 80 países do mundo e reúne cerca de 280 mil membros, se tornou a maior e mais bem-sucedida organização de referências com grupos de negócios do mundo. Os participantes se encontram semanalmente para um encontro de negócios, têm metas a cumprir e devem seguir a metodologia à risca, para a qual são treinados permanentemente.

Sobre o fundador do BNI Ph.D. da Universidade do Sul da Califórnia, Ivan Misner é apontado como um dos maiores especialistas do mundo em redes de negócios, chamado de "Pai do Networking" pela CNN e um dos "Top Networking Experts" pela Forbes. Ivan Misner é palestrante para grandes corporações e associações em todo o mundo. Foi destaque no L.A. Times, no Wall Street Journal e em Nova York Times, bem como inúmeros programas de TV e rádio, incluindo a CNN, a BBC e The Today Show na NBC. É considerado um autor best-seller pelo jornal New York Times por ter escrito duas dúzias de livros, incluindo seu mais recente best-seller - Who’s in Your Room? que ele lançou em Belo Horizonte em 2019. Misner também é colunista do Entrepreneur.com e é professor universitário e membro do Conselho de Curadores da Universidade de La Verne. Entre seus muitos prêmios, foi nomeado "Humanitário do Ano" pela Cruz Vermelha e, recentemente, recebeu o Prêmio de Liderança John C. Maxwell. Ele também tem orgulho de ser o co-fundador da Fundação Beneficente do BNI.