Nelson Ned d'Ávila Pinto, conhecido como Nelson Ned ou o Pequeno Gigante da Canção, foi um cantor, compositor e escritor brasileiro. Nascido em Ubá em 2 de março de 1947, ele faleceu em Cotia, São Paulo, em 5 de janeiro de 2014.
Ned nasceu com acondroplasia, uma forma de nanismo, e desde cedo demonstrou talento para a música. Aos 13 anos, já se apresentava em programas de rádio e televisão. Em 1967, lançou seu primeiro disco, "Tudo Passará", que foi um sucesso imediato. A canção-título se tornou um clássico da música brasileira e foi regravada por diversos artistas. Mas por trás de tantas canções de amor tinha um homem explosivo, que andava armado e era viciado em cocaína, álcool e sexo.
No livro "Tudo passará: A vida de Nelson Ned, o Pequeno Gigante da Canção", o jornalista André Barcinski faz várias revelações sobre a carreira e a rotina de excessos do artista.
Ned se tornou um dos maiores cantores românticos do Brasil e da América Latina. Ele vendeu cerca de 45 milhões de discos em todo o mundo e se apresentou em mais de 50 países. Em 1973, foi o primeiro latino-americano a vender um milhão de discos nos Estados Unidos.
Ned também foi um compositor prolífico. Ele escreveu mais de 500 canções, incluindo sucessos como "Não Vou Chorar", "Anjo da Guarda", "O Amor é um Sonho" e "O Que Será de Nós".
Só que esse sucesso era muito maior fora do país. O artista lotava casas de shows em Nova York, Bogotá e Cidade do México. No Brasil, os discos vendiam bem, mas o músico era rotulado de brega e reclamava de ter pouco espaço na imprensa.
Nelson tinha entre seus fãs alguns chefes dos carteis de droga na Colômbia e no México. Esses caras davam pra ele frascos de cocaína pura. Além de usar analgésicos fortíssimos para as dores crônicas que sentia, o artista cheirava muito, bebia mais ainda, gastava fortunas em boates e se metia em brigas.
Ele colecionava armas e chegou a dar um revólver Colt banhado em ouro para o general João Figueiredo, último presidente da ditadura. Nos anos 1980, os filhos do cantor se acostumaram com as agressões trocadas entre Nelson e a segunda mulher, Maria Aparecida.
Na madrugada de 10 de abril de 1988, Cida foi baleada na clavícula dentro de casa, em São Paulo, e socorrida por um vizinho. No hospital, ela contou a um policial que tinha sido alvejada pelo marido.
O artista foi indiciado por tentativa de assassinato, mas Aparecida mudou sua versão da história, disse que foi atingida por um disparo acidental. Depois do episódio, o cantor entrou em decadência, começou a gravar discos de música gospel que venderam pouco.
Nelson sofreu um AVC em 2003 e passou a viver com grandes dificuldades financeiras, ele morreu em 2014, de pneumonia deixando um legado importante na música brasileira e latino-americana.
Com informações do livro "Tudo passará: A vida de Nelson Ned, o Pequeno Gigante da Canção" de André Barcinski
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