Quatro médicos anestesistas, presos durante a operação "Onipresença" conduzida pelo Ministério Público na Zona da Mata mineira, foram liberados na última terça-feira (17). A soltura ocorreu após o término do prazo da prisão temporária, que não foi estendido pela Justiça.
Os profissionais, que atuavam na Casa de Caridade Leopoldinense, são acusados de realizarem plantões simultâneos em cidades como Além Paraíba e Muriaé, enquanto deveriam estar atendendo pacientes do SUS em Leopoldina. As denúncias apontam que eles poderão responder por crimes como peculato, falsidade ideológica, associação criminosa e outras infrações.
A operação também resultou no afastamento da provedora da Casa de Caridade, Vera Maria do Valle Pires, e da diretora técnica, doutora Donata. Em resposta, a Prefeitura de Leopoldina determinou uma intervenção administrativa na unidade de saúde e nomeou o secretário municipal de Saúde, Márcio Vieira Machado, como interventor interino.
As investigações, iniciadas em 2020 pelo Ministério Público e pela Promotoria de Saúde de Leopoldina, apuraram a realização de plantões simultâneos em diferentes hospitais e uma série de irregularidades. Entre as práticas identificadas, estão cirurgias e anestesias realizadas durante escalas de urgência e emergência, o que expôs pacientes a riscos devido à incompatibilidade de horários. Também foi constatada a manipulação de escalas médicas, falsificação de documentos para encobrir atividades em outros locais e até a subtração de materiais indispensáveis para a realização de cirurgias.
Além disso, fraudes e ocultação de erros médicos foram detectadas, comprometendo o atendimento e colocando pacientes em situação de vulnerabilidade. As investigações seguem em andamento, e o Ministério Público continua acompanhando o caso.
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