A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) emitiram um alerta nesta quarta-feira (5) sobre os riscos do uso de medicamentos injetáveis manipulados ou de origem alternativa para o tratamento da obesidade e do diabetes.
De acordo com as entidades, essas versões não reguladas incluem análogos do GLP-1 e GIP, como a semaglutida (presente no Ozempic e Wegovy, da Novo Nordisk) e a tirzepatida (comercializada como Mounjaro e Zepbound, da Eli Lilly). Esses medicamentos, aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Food and Drug Administration (FDA), exigem um rigoroso processo de fabricação para garantir segurança e eficácia.
O comunicado enfatiza que os medicamentos biológicos, como semaglutida e tirzepatida, precisam seguir padrões de esterilidade e estabilidade térmica para garantir que o organismo os metabolize corretamente. O uso de versões manipuladas, no entanto, apresenta riscos significativos, já que não passam pelos testes de bioequivalência exigidos para comprovar sua segurança e eficácia.
"Relatos da FDA indicam problemas graves, como doses irregulares, contaminações e substituições por outras substâncias", ressalta a nota. As entidades alertam ainda que esses produtos são promovidos como alternativas mais acessíveis e igualmente eficazes, o que não passa de uma falsa promessa.
Outro ponto destacado é que a venda direta dessas versões alternativas em consultórios médicos fere o Código de Ética Médica, comprometendo a relação de confiança entre médico e paciente. Além disso, medicamentos adquiridos por meio de sites, redes sociais e aplicativos aumentam o risco de adulteração, contaminação e perda de eficácia.
Por fim, as sociedades médicas reforçam a necessidade de seguir diretrizes científicas e éticas, priorizando a segurança da população. Além disso, defendem políticas públicas que ampliem o acesso a tratamentos eficazes para obesidade e diabetes.
A escassez de medicamentos, especialmente em países de baixa e média renda, tem impulsionado a busca por versões falsificadas ou de qualidade inferior. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de insumos em falta mais que dobrou desde 2021, aumentando o risco de compras por meios não oficiais, como a internet.
Em outubro, a Anvisa recebeu um alerta da Novo Nordisk sobre possíveis falsificações do Ozempic, com suspeitas de reutilização de canetas de insulina com rótulos adulterados. A agência recomenda que consumidores fiquem atentos às embalagens e adquiram medicamentos apenas em farmácias autorizadas, sempre exigindo a nota fiscal.
A orientação é evitar compras por redes sociais e sites não regulamentados, garantindo que o tratamento siga padrões de segurança e qualidade estabelecidos pelas autoridades sanitárias.
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