Em meados do século XX, o Carnaval brasileiro fervilhava de criatividade e irreverência. Em 1952, na cidade mineira de Ubá, um grupo de jovens amigos decidiu brincar com a música: fingindo tocar instrumentos, eles desfilaram pelas ruas, dando origem à Philarmônica Embocadura. O bloco rapidamente se tornou uma tradição local, conhecido por sua alegria contagiante e espírito descontraído.
Alguns anos depois, em 1959, o artista plástico Ferdy Carneiro, natural de Ubá, convidou amigos cariocas para vivenciarem o Carnaval de sua terra natal. Entre os visitantes estavam figuras como Albino Pinheiro, aguar e Ziraldo, fundadores da Banda de Ipanema. Encantados com a espontaneidade e o humor da Philarmônica Embocadura, eles retornaram ao Rio de Janeiro com a ideia de criar algo semelhante.
Foi assim que, em 1965, nasceu a Banda de Ipanema. Inspirada diretamente no modelo descontraído da Embocadura, a nova banda trouxe para as ruas cariocas a mesma energia festiva e inclusiva. Com homens vestidos de terno branco e chapéu de palha, fingindo tocar instrumentos enquanto a música real vinha de uma banda ao fundo, a Banda de Ipanema rapidamente se tornou um ícone do Carnaval carioca.
A conexão entre Ubá e o Rio de Janeiro, através desses dois blocos, exemplifica como a cultura carnavalesca brasileira é rica em trocas e influências mútuas. A Philarmônica Embocadura, com sua irreverência, não só marcou o Carnaval de Ubá, mas também deixou um legado duradouro nas celebrações cariocas, mostrando que a alegria e a criatividade não conhecem fronteiras.
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