Na tarde desta segunda-feira (29), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Civil concederam coletiva de imprensa para atualizar as investigações sobre o tiroteio ocorrido durante o carnaval na noite de 3 de março, na praça Doutor Último de Carvalho, no centro de Rio Pomba. O episódio, que, provocou pânico entre os presentes, deixou dezenas de feridos e causou a morte de uma jovem de 25 anos.
A coletiva foi realizada um dia após a Justiça aceitar a denúncia do MPMG, dando início à Operação Héstia, que teve como objetivo cumprir sete mandados de prisão preventiva contra suspeitos de envolvimento no tiroteio. A ação foi conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) da Zona da Mata, com apoio das Polícias Civil e Militar. As investigações apontaram que o confronto teve origem em uma disputa entre facções ligadas ao tráfico de drogas de Ubá.
Segundo os promotores de Justiça Shermila Peres Dhingra (Rio Pomba) e Breno Costa da Silva Coelho (Gaeco), e o delegado Douglas Mota Barbosa de Oliveira (Ubá), dos sete investigados, dois já haviam sido presos em flagrante logo após o crime. Outros quatro foram detidos no dia 5 de março, em uma residência em Ubá usada para venda e armazenamento de drogas. No local, foram apreendidas armas, grande quantidade de entorpecentes, insumos para fabricação de lança-perfume e eletrônicos que ajudaram a esclarecer o caso, com apoio de perícias e exames balísticos.
Dos sete mandados expedidos após a denúncia, seis foram cumpridos com sucesso, enquanto um dos acusados segue foragido. As apurações indicam que os dois suspeitos presos em flagrante pertencem a uma facção, e os demais — incluindo o foragido — ao grupo rival.
Os investigados foram denunciados por diversos crimes, muitos deles classificados como hediondos ou equiparados:
Associação para o tráfico de drogas
Tráfico de drogas
Homicídio triplamente qualificado (1 consumado e 19 tentados)
Porte ilegal de arma de fogo (uso permitido e restrito)
Falsa identidade, neste último caso, atribuído a um dos réus.
Além disso, o MPMG solicitou que cada denunciado seja condenado a pagar R$ 1 milhão em danos morais, valor que deverá ser revertido às vítimas inocentes e seus familiares, além do Fundo Penitenciário do Estado de Minas Gerais.
Os acusados deverão ser julgados pelo Tribunal do Júri da Comarca de Rio Pomba. Se condenados por todos os crimes, as penas podem ultrapassar cem anos de prisão.
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