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Conflito Irã x Israel: por que o agronegócio brasileiro deve ligar o alerta

Escalada no Oriente Médio pode impactar preços de fertilizantes, combustíveis, logística e exportações do agro brasileiro.

18/06/2025 às 11h18
Por: Redação
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Foto: Reprodução/ Westend61/Getty Images
Foto: Reprodução/ Westend61/Getty Images

O confronto entre Israel e Irã colocou a geopolítica e a economia mundial em estado de atenção máxima. E, como parte dessa engrenagem global, o agronegócio brasileiro também precisa ficar atento. Os impactos podem ir muito além das páginas internacionais dos jornais.

De preços de commodities agrícolas a entraves logísticos em rotas estratégicas de transporte, existem ao menos seis razões para o agro brasileiro acompanhar de perto a escalada das tensões no Oriente Médio.

Israel é um fornecedor relevante de fertilizantes para o Brasil, respondendo por cerca de 10% a 20% do cloreto de potássio (KCl), além de outros fertilizantes NPK. Já o Irã, além de exportar petróleo e fertilizantes, figura entre os quatro maiores compradores de milho, soja, açúcar e farelo de soja do Brasil.

O cenário fica ainda mais preocupante quando lembramos que o Brasil importa mais de 80% da matéria-prima usada na fabricação de fertilizantes. Com o agravamento do conflito, é possível que o fornecimento desses insumos seja prejudicado, o que tende a elevar os preços para os produtores brasileiros.

Outro ponto de atenção é o estreito de Ormuz, uma das rotas logísticas mais importantes do mundo para o transporte de petróleo e fertilizantes. O mercado global está de olho em possíveis interrupções no fluxo marítimo e em eventuais gargalos nos portos da região.

As tensões também afetam os preços do petróleo. Qualquer alta pode resultar em aumento nos custos dos combustíveis aqui no Brasil, com efeitos diretos na produção agropecuária. Isso sem contar a pressão inflacionária e a possibilidade de novos reajustes na política de preços da Petrobras.

Além das questões logísticas e de insumos, há impactos diretos na comercialização de produtos. O Irã, por exemplo, foi destino de 10,9% das exportações brasileiras de milho em 2024, o equivalente a 4,3 milhões de toneladas. Israel também tem participação importante: está entre os principais compradores de carne bovina, frango, milho, farelo de soja e açúcar brasileiros. O café brasileiro também tem presença no mercado israelense, ainda que em menor escala. Exportações de amendoim e outras oleaginosas, embora com participação menor, também podem ser afetadas.

Em resumo: a escalada do conflito Irã-Israel traz impactos diretos nos custos de produção, na oferta de insumos, na logística e nos mercados de destino do agro brasileiro. O setor, que já demonstrou grande resiliência em outras crises, precisa agora de estratégia. Gestão de riscos, inteligência logística, planejamento de compras e articulação diplomática serão fundamentais para garantir a sustentabilidade das operações no médio e longo prazo.

O Agro Move o Brasil!!!!!!!
André Ribeiro Teixeira
Engenheiro Agrônomo
Mestre em Fitotecnia


 

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