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Denso, visceral, carregado de críticas sociais e ubaense – Hediondos é o respiro cultural de 2020

Em ano delicadíssimo em todas as frentes, o espetáculo teatral é uma grata surpresa.

30/09/2020 às 17h04 Atualizada em 30/09/2020 às 17h42
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Arquivo Pessoal
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Uma equipe que consegue ensaiar, se aprimorar, montar e colocar em cartaz uma peça de teatro em Ubá já merece ser enaltecida, em época de pandemia então, o ato é ainda mais surpreendente, ainda mais quando é feito com profissionalismo e muita qualidade em todos os detalhes.

O espetáculo “Hediondos” é inspirado em livro de Dráuzio Varela e contou com apresentações online nos dias 27, 28 e 29 de setembro, acontecendo no Fórum Cultural de Ubá.

O relato dos conflitos da relação entre Alemão e Dalila, dentro de uma cela no presídio Carandiru, são extremamente bem retratados, carregados de críticas sociais, humanas e existenciais, tudo com uma correnteza abrupta de sentimento, muito bem trazida com a brilhante construção dos personagens, bem como as atuações.

Duas histórias que se unem, são explicadas e justificadas com uma linha de raciocínio que nos prende de uma forma íntima, em uma mistura de tensão, sensualidade, surpresa e choque de realidade, de maneira sensitiva e visceral.

Tudo se encaixa de forma impecável, direção, figurino, sonoplastia, textos e atuações formidáveis. Com o perdão do clichê, mas em um sentido muito amplo podemos atestar uma dualidade homônima de substantivo e adjetivo: de fato o ESPETÁCULO é um ESPETÁCULO!

Os aplausos incansáveis vão para:

Elenco: Adriano Lucas e Vinnie Bressan;

Direção: Giovanni Gori;

Dramaturgia: Antônio Coutinho;

Cenário: Agnaldo Teixeira;

Figurino: Rodrigo Dias;

Desenho de luz: Gil Santos;

Trilha: Ciríaco Marliere.

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