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Rio Ubá – fonte de consumo e divertimento

(sim! Essa época já existiu)

27/10/2020 às 09h55
Por: Redação Fonte: Miguel Batista - Historiador
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Felicia Defilipo nas águas do Rio Ubá em outros tempos
Felicia Defilipo nas águas do Rio Ubá em outros tempos

Para muitos de nós que tranzitamos pelas margens do Rio (Ribeirão) Ubá, pouco damos importância ao curso d’água, que corta a cidade de canto a canto. Hoje, sujo e maltratado, pelo crescimento da cidade, já foi importante para a população de Ubá, que usufruia de suas águas como fonte de consumo e divertimento.

O ribeirão, como é denominado, nasce na Miragaia e tem aproximadamente 33 km de extensão, fazendo parte da bacia hidrografica do Rio Paraiba do Sul. Tem sua foz no rio Xopotó, sendo seu afluente da margem direita e serve de divisa dos municipios de Rodeiro e Guidoval. Seu nome, segundo relatos históricos, provém de uma graminia abundante em suas márgens, denominada de Gynerum Satittarum, que tinha como características uma haste longa e flexível, em forma de cano, com folhas estreitas, que era utilizada pelos índios na confecção de cestos, gaiolas e outros objetos similares. Na lingua tupi-guarani, a palavra ubá, também significa canoa de uma só peça, escavada em tronco de árvore.

Um rio manso, caudaloso e de água limpidas, era assim que era descrito o nosso ribeirão, onde as familias e, principalmente as crianças, se divertiam em dias quentes. Em sua obra denominada “A Trajetória”, Dr.Evandro Godinho de Siqueira descreve: “A princípio, o Ribeirão Ubá era caudaloso (um rio), de águas límpidas e piscosas. Nele os adolescentes da época aprenderam a nadar. Procuravam os remanços do Isaac Cabido, do Galdino Alvim, do Solléro, onde o rio se curvava e era mais profundo. Dizem que até mesmo as mocinhas da época ao cair da noite, o frequentavam... coisa assaz duvidosa!”.  Para a cidade foi a principal fonte de abastecimento, sendo contruída uma barragem na Miragaia e sua água foi canalizada até a cidade. Toda canalização foi feita em longos canos de ferro, que vieram da Alemanha e foram transportados de trem.

Seu curso original foi desviado por diversas vezes, dando origem a bairros como Dico Teixeira e Jardim Gloria. Apesar de sua forma fragil, o Ribeirão Ubá já foi palco de grandes enchentes, como a da década de 70, causando medo a moradores e comerciantes, em época de chuvas.

Hoje somos herdeiros de lembranças, vividas pelos nossos avós e pais, guardaremos, para as novas gerações, a visão de um ribeirão sujo, malcheiroso, de aguas turvas, escassas. As águas que vinham limpidas para serem consumidas, são hoje colhidas em áreas urbanas e tratadas para o consumo da população.

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